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[Crítica] Capitão América – Guerra Civil (Sem Spoilers)

O ano de 2016 será aquele tipo de ano rotulado como o “Ano dos Heróis no Cinema“. E isso começa a ficar evidente quando temos no primeiro terço do ano, três grandes lançamentos recordes de bilheteria, cada um mostrando a que veio.

Capitão América: Guerra Civil, estreou ontem (28) nos cinemas, e traz consigo toda a artilharia de cifrões da Disney.
O filme além de muito esperado, criou todo um hype por trazer uma nova leva de heróis das HQs para o cinema.
E é engraçado pensar que, qualquer coisa que seja lançada por essa união de Disney/Marvel, é quase um sinônimo de confiança. Nós, fãs, aprendemos a confiar na união dessas duas potências do entretenimento, que mesmo quando somos surpreendidos por uma história ” menos atrativa”, ainda sim depositamos nossa esperança é grana no próximo título.

E se tem uma coisa que essa nova etapa da saga dos Vingadores não é, é previsível e monótona. E, como na análise de “Batman v Superman”, será difícil não fazer alguns comparativos.
A trama, apesar de ser diferente das HQs, te prende, e une todas as outras ações dos filmes anteriores em um único enredo.

Após os acontecimentos de Vingadores e Vingadores 2: A Era de Ultron, um tratado é estabelecido para que as ações dos heróis sejam analisadas pelo governo, que quer estabelecer um registro para todos, e passem de uma ” iniciativa privada”, para um “funcionalismo governamental” – ou seja, é transferir a culpa da incapacidade do governo, para as ações quase catastróficas dos heróis.

De um lado, temos o time do Capitão América, que é contra a transposição de culpa, e do outro, Tony Stark / Homem de Ferro está do lado do governo, e quer que todos tenham registro no tratado de Sokovia.
O filme já tem uma trama conhecida, e muitos detalhes não precisarei me ater. O que chama a atenção aqui, é que Guerra Civil segue uma linha bastante politizada como Capitão América 2: Soldado Invernal, onde toda uma estrutura r um ambiente político toma conta de boa parte do longa. Mas, estamos falando do MCU, e o espaço pra piadas é sempre bem vindo, e bem visto.
Tony Stark sempre com seu humor sarcástico, rouba a cena – apesar da trama em alguns momentos fazer o seu background ficar com um ar bastante sério, como nunca visto no universo cinematográfico da Marvel.

Steve Rogers (Capitão), é aquele poço de referências – e não, não é por causa dos memes. Mas a sutileza disso é algo de se aplaudir.

O filme trabalha com aquele ritmo de eletrocardiograma, onde temos uma onda de ação frenética, que deixa o expectador embasbacado com o nível de cenas de ação, e em outros temos diálogos ritmados pela individualidade de cada personagem.

Mas, como de praxe, vemos mais uma vez o trauma da perda estampando um dos lados da trama. Assim como em Batman v Superman, temos aquele tipo de personagem que não usa dessa perda como motivo de luta, mas isso vai se tornando aos poucos, uma amarra pessoal que acaba dando aquele plot-twist, e pega você no pulão.

Talvez você esteja esperando pra ver o que tenho a dizer sobre o Amigo da Vizinhança aqui.
E sim, eu não poderia contradizer o que as grandes mídias estão falando da aparição do Homem-Aranha no longa. E não, não é desmerecer os trabalhos de Tobey Maguire e Andrew Garfield como o Cabeça de Teia, mas Tom Holland é realmente o melhor Peter Parker / Homem Aranha já visto nos cinemas.
Qualquer fã “roots” do Aranha consegue pinçar is trejeitos, as nuânces que Holland deu ao personagem, muito bem caracterizado ao Peter Parker que conhecemos – aquele Nerd estudante que ainda é ingênuo. Um adolescente que possui um grande dom, e cai de paraquedas em meio a heróis de renome, com história – e uma ressalva à Disney, que entendeu que não queremos mais ver o tio Ben ser morto.

E até, citando o ambiente família de Peter, para aqueles que acharam que a tia May de Marisa Tomei está nova demais, leve em consideração que temos um adolescente vivendo um herói, e que é perfeitamente cabível uma tia enxuta, que arranca elogios até mesmo do Homem de Ferro (seu safadão).

Outro personagem que se destaca aqui é o Pantera Negra, que convence tanto como o líder de Wakanda, T’Challa, como vestindo o manto do herói.
As cenas envolvendo os embates entre ele e Bucky (Soldado Invernal), são o tipo de coisa que eu particularmente espero ver em uma luta de UFC, e sempre me decepciono.
Tudo aqui é movido pelo frenesi. E é aqui, que o filme se diferencia é muito da proposta da DC/Warner. Enquanto tínhamos em Batman vs Superman, uma trama que as vezes era bastante desconexa pelos cortes excessivos, e que acabavam deixando pontas soltas na trama, aqui temos uma linha contínua e que flui muito bem, e que não cansa o público.
Além de ter mais cenas de ação, com uma duração que empolga, e não acaba por motivos babacas.
Uma das melhores – quiçá a melhor cena – é o embate do aeroporto.
O que foi aquilo?! Um show à parte, e que ao mesmo tempo que diverte, te surpreende, seja pelo fan service em alguns pontos, seja pela surpresa da luta.
Nesse aspecto, parabéns a Disney!!!
É claro, o Girl Power aqui em Guerra Civil é uma ode ao foco nas personagens da Viúva Negra e da Feiticeira Escarlate. Ambas, são personagens destaque na trama, com direito a alguns romances que irão surgir, e algumas idéias que podem mudar.
As cenas de Scarlet Johansson como Viúva Negra são um show de acrobacias e técnicas de combate. Enquanto que Elisabeth Olsen como Wanda / Feiticeira Escarlate são recheadas com efeitos especiais e muitas explosões.
Apesar de todos esses pontos, uma coisa que me deixou bastante incomodado é que nenhum vilão dos Vingadores conseguiu ser tão cativante como Loki. Aqui temos bem no início o vilão Ossos Cruzados, que empolga, mas se mostra muito pequeno pelo tamanho da trama. E Helmut Zemo, é quase inexistente em certos pontos, e acaba sendo mais um álibi do que de fato o vilão.

Capitão América: Guerra Civil é um marco para a onda cinematográfica de heróis. É não é exagero se ater aos inúmeros elogios. Mas, apesar de ser um filme grandioso e que vale o seu ingresso, ainda assim, apresenta algumas pequenas falhas, mas nada que possa comprometer a sua diversão.

Ah, e não levante da cadeira, pois a tradição Marvel manda!
Vinícius Vidal Rosa

Ex-técnico em informática, jornalista formado e apaixonado por games e tecnologia. Faz do seu tempo livre, uma maneira de levar informação e falar sobre o que gosta.

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Vinícius Vidal Rosa

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