Video Games

Elden: Path of the Forgotten – Review

Existem jogos que nos marcam pela sua narrativa forte. Pela sua abordagem em temas delicados e um tanto complexos. Mas, e quando isso falta, ainda é possível nos chamar para uma experiência única? Se você aposta no ‘sim’, saiba que você está certo.
Não é incomum encontrarmos jogos que apostam em uma narrativa fragmentada, como é o caso de Dark Souls, Blasphemous e tantos outros jogos que bebem dessa fonte. Mas e quando isso se faz completamente nulo, e te solta no mundo para que, assim como na vida, você aprenda com seus erros? Foi pensando nisso que o desenvolvedor Dylan J. Walker trouxe ao mundo “Elden: Path of the Forgotten”, um game independente desenvolvido por ele de forma única (tanto em escopo, quando em força de trabalho) e publicado pela Another Indie.

O game não é apenas uma aventura em um mundo ficcional recheado de objetivos e missões, mas também é um transporte a própria mente de Dylan. Fortemente inspirado em jogos da era 16-bit como “The Legend Of Zelda: A Link to the Past” e com um visual que remete ao clássico “Another World”, o universo de Elden é um mundo cinza, recheado de perigos, como todo bom RPG de ação deve ser. Porém, a grande diferença aqui é que em contrapartida de outros jogos, o game não apresenta narrativas orais ou escritas e sequer, tutoriais do que fazer e como fazer.
Aqui, o criador optou por colocar o jogador em uma situação um tanto atípica dos games convencionais: você é inserido naquele mundo e deve descobrir como sobreviver dentro dele.

No início, tudo o que temos é uma cutscene de uma personagem em meio a um ritual e que acaba abrindo um portal dimensional. Ela então é sugada para dentro desse portal. Após isso, nosso protagonista chega e o jogo começa.
Não há detalhes claros do porque esta personagem fez o que fez. Mas sua missão é clara: ir resgatá-la.
Em um jogo convencional, após sermos apresentados àquele mundo, o jogo nos apresentaria suas mecânicas e as possibilidades do que fazer. Mas não aqui. Dylan criou esse universo para que cada coisa feita seja um aprendizado, uma nova descoberta que ajudará o protagonista em sua jornada.

O gameplay é bem simples, como jogos clássicos da franquia Zelda. Mas, em uma experiência como essa, não é o intuito dessa análise te dar de lambuja os comandos básicos para que você siga sua aventura.

A trilha sonora tem um papel climático. Ela é presente, mas de uma forma completamente minimalista, pois o grande astro sonoro aqui são os efeitos. É interessante como a ambientação do game é toda construída nesse aspecto soturno e sombrio. Os passos do personagem pelo terreno. O estalar da madeira em uma tocha acessa. O som da carne sendo partida por um golpe de uma arma branca, os grunhidos e sons asquerosos dos monstros, tudo isso contribui para ampliar o terror envolto naquele universo.

Mas nem só de flores vive o game. Apesar de trazer diversos aspectos interessantes, Elden sofre de controles bastante truncados e uma movimentação bastante lenta. Além disso, em uma jogatina logo que o jogo foi lançado, alguns bugs referentes ao mapeamento de alguns botões ocorreram. O que acabaram ocasionando certa frustração.
Além disso, a stamina do personagem é algo incrivelmente sensível, levando a crer que ele deve possuir algum problema respiratório, uma vez que a cada golpe desferido, o jogador deve buscar um refúgio para recuperá-la antes de partir para o ataque novamente.
A falta de informação sobre itens também pode ser um problema. Apesar de ser uma decisão de construção do mundo, ao encontrarmos novos itens, não se sabe para quê eles servem, então, em situações de combate, se você apenas estava estocando itens sem utilizá-los previamente, não saberá o que usar e quando usar. Além de também gerar um desperdício de suprimentos, apenas para saber quais são os seus efeitos.

Elden: Path of the Forgotten é uma aventura sombria e envolvente, que vai fazer com que você queira entender aquele universo macabro. Apesar de sua comunicação ser bastante limitada e ausente, a progressão e a aventura são recompensadoras e que valem o seu tempo.

Este game foi gentilmente cedido para a confecção desta análise. 

Vinícius Vidal Rosa

Ex-técnico em informática, jornalista formado e apaixonado por games e tecnologia. Faz do seu tempo livre, uma maneira de levar informação e falar sobre o que gosta.

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Vinícius Vidal Rosa

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