Após Fortnite ser removido da Apple Store, a Epic Games disse nesta quinta-feira (13) que entrará com uma ação judicial contra a plataforma.
O impasse envolvendo as duas empresas teve início após o popular game battle royale receber uma nova atualização, permitindo que os jogadores não pagassem a taxa de 30% exigidos pela plataforma de vendas online, fazendo com que os usuários “burlassem” o valor exibido pela loja digital. Ainda nesta quinta-feira, o jogo também foi retirado da loja online da Google.
Na manhã desta quinta-feira, a Epic Games revelou que adicionaria ao jogo um sistema próprio de pagamentos dentro do game, fazendo com que os jogadores “não fossem mais reféns” do sistema imposto por ambas as plataformas de venda digital, para conseguir moedas dentro do jogo.
Apesar de não ter sido notada por uma grande maioria de usuários, a nova atualização faria com que eles economizassem até 20% de taxas nos itens comprados digitalmente. A Epic Games se manifestou, com a seguinte declaração:
“As regras da Apple adicionam uma taxa de 30% para todas as compras e elas punem desenvolvedores de jogos, como nós, que oferecem opções de pagamentos mais diretas. Todos os usuários deveriam ter a possibilidade de escolher os provedores de pagamento e economizar até 20%.”
Em uma resposta imediata, a Apple resolveu remover Fortnite de sua loja online, impossibilitando a compra do game e que os usuários que já utilizavam o jogo em dispositivos móveis, possam jogá-lo.
Em uma declaração ao site The Verge, a Apple não excluiu completamente a possibilidade de que ambas as empresas possam trabalhar juntas, afirmando que quer trabalhar em conjunto com a Epic Games para “resolver esse problema”. No entanto, reiterou que não será criado um “acordo especial” com a desenvolvedora.
“As intenções corporativas agora fazem com que eles pressionem por um acordo especial, o que não muda o fato de que essas regras criam um equilíbrio de competição para todos os desenvolvedores, garantindo que a loja é segura para todos os usuários. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para trabalhar em conjunto com a Epic e resolver esse problema, para que Fortnite possa retornar à App Store.”
Para provocar a Apple, a Epic Games divulgou um vídeo promocional, inspirado no clássico comercial do Macintosh, em 1984, dirigido por Ridley Scott e que faz uma alusão ao livro de George Orwell, “1984”. A campanha “Nineteen Eighty-Fortnite” faz uma crítica direta a política de monopólio.
“Avance para 2020 e veja que a Apple tornou-se o que antes tentanva combater: o gigante que busca controlar os mercados, bloquear a concorrência e sufocar a inovação. A Apple é a maior, mais poderosa, mais entrincheirada e mais perniciosa do que os monopolistas do passado. Com um capital de mercado de quase US$2 trilhões, o tamanho excede, e muito, o de qualquer monopolista da história.”
Logo após ter sido removido da App Store, Fortnite também foi retirado da loja oficial da Google Play. O motivo é basicamente o mesmo apontado pela Apple, sobre o método alternativo de pagamento, o que viola a política de serviços da empresa. No entanto, para os usuários do sistema Android é menos radical, já que os usuários ainda podem baixar o game através das lojas da Samsung ou até pelo próprio aplicativo da Epic.
Em entrevista ao The Verge, a Google se pronunciou sobre o caso e disse que o sistema adotado pela empresa permite que os desenvolvedores incluam os seus aplicativos em diversas lojas disponíveis, o que não ocorre na concorrente.
“O nosso sistema aberto no Android permite que desenvolvedores distribuam seus aplicativos por meio de múltiplas lojas de apps. Embora Fortnite ainda esteja disponível na plataforma Android, não podemos deixá-lo disponível na Play por conta de violações de termos. Mas nada impede de chegarmos a um consenso e FOrtnite retornar ao Google Play.”
Fonte: Globo Esporte
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