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West of Dead (PS4) – Review

West of Dead é uma aposta interessante e que não vai apenas testar seus reflexos e sua capacidade de montar estratégias de combate, mas também vai testar ao limite a sua paciência e sua persistência.

Desenvolvido pela Upstream Arcade e distribuído pela Raw Fury, o game mescla roguelite com um shooter em terceira pessoa, ambientado no velho oeste americano.
Na trama, temos o recém falecido William Mason, que acorda em um bar no Purgatório, sem se lembrar o que aconteceu para ele ter morrido. Suas únicas lembranças são seu nome e uma figura misteriosa. Após tentar obter respostas com o dono do lugar, Mason parte em uma jornada no Purgatório em busca das respostas.

Sua jornada começa coletando duas armas que poderão ser trocadas no decorrer da sua aventura. Entre elas, pode ser que você se depare com uma escopeta, que possui um dano considerável, mas com um alcance limitado, exigindo que você se aproxime mais do oponente. Há também uma variedade de revólveres, alguns com tambor de três balas e outros com cinco balas e também contamos com um rifle de longo alcance, que permite você causar dano sem se colocar em risco.


Cada arma conta com atributos únicos. Alguns tipos de revólveres dão dano crítico no último tiro, já outros multiplicam seu dano em uma quantidade de vezes maior, já outras podem causar alguns status negativos, como sangramento nos oponentes. É interessante observar que West of Dead não é o tipo de jogo que possui um combate amigável para estratégias corpo a corpo, mas sim, que o jogador se force a usar o cenário ao seu favor.
O jogo se passa em ambientes fechados e possui arenas de combate com uma quantidade de inimigos crescente. Nela, podemos usar alguns caixotes ou tumbas de pedra para nos protegermos enquanto o tiroteio rola solto. No entanto, o jogador deve ficar atento ao tempo de proteção da barreira, pois ao ser destruído, ele deve procurar um novo ponto de cobertura até que o anterior ressurja. Isso é um ponto interessante, pois força o jogador a se movimentar no cenário e a pensar de forma rápida em estratégias para ultrapassar as arenas.

Os gráficos são bem interessantes, com um contraste de cores bem marcantes, remetendo aos quadrinhos de Hellboy, com sombras bem marcadas e ambientes sombrios. Falando em Hellboy, a voz do protagonista William Mason fica por conta do veterano Ron Perlman, que viveu o personagem nos cinemas e consegue dar uma carga ainda maior na aventura do personagem.

A trilha sonora é boa, criando todo um clima para o game, com acordes de guitarra e violão tocando em momentos de exploração, dando toda uma aura de velho-oeste para game. Já nas batalhas, a música se faz mais agitada, propicia para o momento e ao concluir a arena, um acorde mais pesado indica a passagem do perigo por aquele local.

Mas, nem só de coisas boas vive West of Dead. O jogo apresenta diversos problemas de performance no Playstation 4, como queda de frames constantes em alguns locais com maior número de elementos gráficos e inimigos na tela. Além disso, tive alguns bugs que prejudicaram a minha run, como ser jogado pra fora da arena e cair infinitamente, fazendo com que eu perdesse toda a vida. Em outro momento, tive alguns problemas com saves automáticos, que por alguma razão, mesmo tendo espaço em disco, diziam que não podiam ser armazenados, me forçando a fechar o jogo e abri-lo novamente. Também tive problemas de paredes que desapareceram, me levando a cair do cenário ou ser acertado a longas distâncias por inimigos atiradores. Enfim, uma série de problemas que frustram quando você está focado em fazer uma run e é prejudicado não por um erro seu, mas por algum aspecto técnico do jogo.

Como ele se trata de um jogo roguelite, a morte será sua principal companheira aqui. As únicas coisas eternas que compõem o arsenal e as habilidades de Mason são os upgrades feitos através da Bruxa que você encontra ao completar uma fase. Todo o resto, como seus upgrades de vida, suas armas, suas melhorias de dano são perdidos ao morrer. E para jogadores que se frustram facilmente com isso, West of Dead pode ser uma experiência um tanto quanto ruim.

O jogo também apresenta alguns desafios, como ajudar alguns espíritos perdidos, atribuindo suas penitências para si e forçando o jogador a matar um número determinado de inimigos para se ver livre de tal penitência. Caso você seja acertado, é morte instantânea e volta tudo do início.
Há também os desafios contra os foras-da-lei, em que você enfrenta um inimigo mais poderoso em uma arena, e ao derrotá-lo, consegue um fragmento de sua história, conhecendo mais daquele mundo.

Este talvez seja o principal problema de West of Dead: um jogo que ousa mesclar uma narrativa interessante e profunda em um gameplay regado pela tentativa e erro do jogador. São elementos que tornam o enredo dele interessante, mas que se desenvolve de forma lenta demais por conta da sua progressão lenta, fazendo com que o avanço da narrativa pouco progrida.

West of Dead é um jogo interessante e divertido, mas cercado de problemas técnicos e de uma narrativa lenta. Se você é fã do estilo roguelite e não se importa de morrer várias vezes (seja lá para o que for; se por erro seu em combate ou uma falha na programação), boa sorte pelos labirintos do Purgatório. Agora, se você se frustra fácil pelos mesmos motivos acima, é melhor passar longe.

Esta cópia de West of Dead foi fornecida para Playstation 4 para a confecção deste review.

Vinícius Vidal Rosa

Ex-técnico em informática, jornalista formado e apaixonado por games e tecnologia. Faz do seu tempo livre, uma maneira de levar informação e falar sobre o que gosta.

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Vinícius Vidal Rosa

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