Gagá-game #1: “Alex Kidd in Miracle World”


O Master System nunca alcançou grandes horizontes como o Super Nes e seu companheiro de empresa, o Mega Drive, mas foi um dos consoles que tinha games um tanto memoráveis. Quem não se lembra do saudoso Sonic que vinha embutido na memória? Ou então daquele anãozinho de jardim que comia bolinho de arroz e socava pedras? Sim, ele mesmo, Alex Kidd! Estou aqui para puxar de vez a memória perdida no cérebro de alguns e relembrar talvez bons e eternos momentos.

É com muito prazer que venho vos falar de Alex Kidd in Miracle World.

Ele usa um macacão, pula feito um louco… Mas não é o Mario!

Após o surgimento de Mario e companhia, foi muito comum que empresas como a Sega quisessem alcançar o mesmo patamar que o bigodudo encanador alcançou. Embora não tenha chegado lá, Alex Kidd ficou tão bem na fita que conseguiu alcançar o patamar de Mario, no quesito mascote da empresa. O game foi o primeiro da série, e lançado primeiramente em cartucho (depois de 1990, ele foi incluído na memória de alguns consoles). A história do game era bem bacaninha para a época.
Certo dia, o príncipe Alex ficou sabendo que seu reino foi atacado pelo grande vilão Janken The Great. Este mesmo raptou seu irmão gêmeo, que estava na posse do reino enquanto Alex estava numas boas e tranqüilas férias, e o jogou nos imundos calabouços de seu tenebroso castelo. Sabendo de tal atrocidade, Alex sai em disparada atrás de seu irmão, e da paz de seu reino.
Tudo bem, não é uma história épica como Senhor dos Anéis, mas é muito mais elaborada do que as do Super Mario que repetiam sempre o mesmo caso, não concorda?

Além disso, o game também tinha gráficos muito bonitos, não tão trabalhados como alguns games (Sonic), mas tinha um ar vivo naqueles montes de Kbits. A trilha sonora foi muito marcante. Tão marcante que ainda consigo cantarolar o tema principal sem qualquer erro (verdade, pena não poder demonstrá-lo aqui). A jogabilidade era simples, porém precisa, sem qualquer defeito.


Jan-ken-PÔÔÔ!

Uma coisa que chamou atenção (e ainda chama, creio eu), é que Alex Kidd possuía um fator muito interessante nas batalhas dos chefes. Geralmente, num game tradicional, você pulava na cabeça do chefe até ele morrer, ou dava tiros até o malquisto cair no chão. Já com nosso amigo nanico, os chefes eram desafiados ao temido e obscuro… Jankenpo… Sim, o que aqui conhecemos como “pedra-papel-tesoura”. Achou ridículo? Bom, no início até pode parecer uma piada, mas conforme você avançava no game, os chefes iam ficando mais difíceis de vencer, pois mais para o fim, eles escolhiam a jogada aleatoriamente, diferente dos primeiros chefes, em que era pré-progamado uma seqüência de jogadas. Mas mesmo sendo estranho ou não, era algo inovador para os padrões de games de aventura!

Alex Kidd um beberrão? Explica isso!

Pois é… Pesquisando um pouco do game, acabei me deparando com esta curiosidade bizarra. Na versão japonesa do game, ao passar de fase, aparecia uma animaçãozinha no canto inferior direito da tela, onde Alex devorava um bolinho de arroz. Só que o que aconteceu quando o game desembarcou para os lados de cá do mundo é que os americanos, “inteligentíssimos” como são, acharam que aquilo (pasmem) se tratava de uma cerveja! Sim, você não leu errado, os Yankees acharam que um simples e inofensivo bolinho de arroz fosse uma caneca de cerveja… Sendo então substituído por um hamburger. Agora eu lhes faço uma pergunta: Não estariam os americanos dando uma desculpa para emplacar o calórico e delicioso hamburger americano, tirando o saudável e apetitoso prato japonês das vistas deles?

Onde foi que deixei minha estrela e meu cogumelo?

Diferente em todos os sentidos de tradicionalismo, Alex Kidd também inovava em que não havia itens como estrelas que lhe davam invencibilidade, ou cogumelos que faziam com que seu tamanho dobrasse. A única coisa que se encontrava ao longo das fases eram sacos de dinheiros que, com alguns deles era possível comprar uma super e rápida moto, além de um mini-helicóptero.
Algumas (raras) vezes, esses itens poderiam ser encontrados durante a fase, quebrando blocos que continham um ponto de interrogação, mas ao mesmo tempo que você poderia ganhar a “super-hiper moto tunada”, um fantasma poderia surgir, matando Alex instantaneamente.

Muitos apareceram, mas poucos marcaram.

Após Alex Kidd in Miracle World, muitos jogos estrelados por ele apareceram, mas nenhum alcançou o mesmo pico que o primogênito alcançou. Embora o personagem esteja hoje extinto, ele sempre ficará guardado na memória e no coração de muitos e muitos “retro-gamers”, que passaram muito tempo, se divertindo no “Mundo Maravilhoso” deste personagem tão carismático.

Texto: Vinícius “Femto”