Com a saturação de jogos no estilo metroid-vania no mercado, a produtora brasileira Joymasher – em parceria com a publisher francesa The Arcade Crew – trazem um sopro de ar fresco com um gênero muito popular dos fliperamas: o Run n’ Gun – cujo os grandes expoentes são Contra, Mega Man e Metal Slug.
Blazing Chrome é aquele tipo de carta de amor que vez ou outra surge pra nos encher de nostalgia e reviver alguns bons momentos. Por algumas vezes em que estive me aventurando por esse futuro distópico, me lembrei de algumas jogatinas de Metal Slug no Playstation 1.
O game traz a guerrilheira Mavra, uma moça loira e que masca chiclete enquanto descarrega sua metralhadora em ciborgues assassinos, chamando-os de “torradeiras” ao lado de seu parceiro Doyle, um robô parrudo de um olho só, com seu moicano punk.
Em um futuro arruinado pelas máquinas, cabe aos dois tentar trazer um fio de esperança para que a raça humana prospere.
Além de um arsenal variado e robôs de auxílio, ainda contamos com mecas que remetem aos tanques de Metal Slug – Foto: Divulgação.
É difícil não comparar Blazing Chrome com Contra, já que seu visual pixelado, além de sua jogabilidade se assemelham muito ao título progenitor.
Aqui, podemos pular, atirar em oito direções, rolar para um rápido desvio dos inimigos, coletar itens para ampliar nosso arsenal de armas, que contam com 4 tipos diferentes de tiros:
• Metralhadora comum: o tiro padrão de ambos os personagens, uma rajada contínua de tiros que podem ser descarregados com o segurar do botão de tiro;
• Rajada contínua: uma rajada de tiros que se assemelha a uma corda é disparada. Excelente contra inimigos perseguidores em algumas fases do jogo.
• Lança-granadas: um disparo explosivo que causa um dano em maior área. Excelente contra chefes e hordas de inimigos que surgem na tela.
• Raio-laser: um disparo único que pode ser concentrado para uma rajada maior, causando um dano maior em grupos de inimigos.
Com variações em sua mecânica de gameplay, Blazing Chrome traz até elementos de Battletoads em sua jornada – Foto: Divulgação.
Além disso, durante nossa jornada podemos coletar 3 assistentes que podem nos ajudar a atravessas uma área mais facilmente, nos dando mais um atirador, nos dando um escudo protetor, ou nos fazendo andar mais depressa pelo cenário além de dar um pulo duplo.
Apesar de um jogo curto, Blazing Chrome é desafiador. Contando com 6 fases, o game possui um nível de desafio satisfatório, onde o aprendizado funciona de forma gradual. Alguns level designs, entretanto, parecem ter sido construidos pensando em uma jogatina co-op, já que é bastante comum que ambos os lados do cenário sejam preenchidos com inimigos.
A trilha sonora é boa, que casa muito bem com a ação da tela. Prezando por uma pegada de rock, o game intercala bem as batidas sintetizadas com riffs de guitarra.
Os controles respondem bem, mas confesso que algumas decisões de command map fizeram com que eu morresse algumas vezes por conta disso. Por muitas vezes, penso que a rolagem do personagem poderia muito bem ficar em alguns dos botões B ou Y (pra quem usa controles de X-Box) ou até mesmo nos gatilhos. Mas, tirando isso, a precisão dos comandos de tiro e saltos responde muito bem.
Os gráficos mostram o grande passo que a Joymasher deu ao pular de um visual 8-bit de Oniken e Odallus para os 16-bit de Blazing Chrome. O game possui um visual lindíssimo, além de fases com efeitos e visuais impressionantes. A riqueza de detalhes na arte pixelada do game é algo sublime!
Isso fica ainda mais intenso nas fases 2 e 4, onde… Bem, é melhor que você descubra jogando!
Blazing Chrome é uma experiência refrescante para o mar de mesmices que a indústria indie parece ter se tornado. Enquanto muitos apostam em uma fórmula saturada e que já começa a dar sinais de um desgaste, a Joymasher prova que outros estilos clássicos ainda podem fazer muita escola.
Ex-técnico em informática, jornalista formado e apaixonado por games e tecnologia. Faz do seu tempo livre, uma maneira de levar informação e falar sobre o que gosta.
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