Se você também estava na torcida para ver aquela estatueta brilhante e bem polida nas mãos de Leonardo DiCaprio, certamente meu amigo, você ganhou a noite. Mas, seria esse apenas o ápice da maior premiação do cinema, que ocorreu na noite de domingo (28)? É o que veremos.
Algo que quero deixar avisado, é que esse texto aqui, não terá a obrigação de ser em tom sério, e informativo, mas sim, “entrar na zoeira” e decorrer sobre os principais pontos que marcaram a cerimônia do Oscar de 2016, e aqui vamos nós!
Talvez a grande surpresa da noite, foi a enxurrada de estatuetas no qual “Mad Max: Estrada da Fúria” faturou. Claro que ficamos muito felizes com ver um filme despretensioso e com um único objetivo: divertir o espectador, levar vários prêmios. Mas será mesmo que Mad Max levou alguma estatueta importante – não desmerecendo as categorias que levou, mas todos esperam mesmo, é ter o peso de um “filme do ano”. E aqui não foi o caso da nova etapa da saga de George Miller.
Mad Max: Estrada da Fúria, levou as estatuetas de :
– Melhor mixagem de som
– Melhor edição
– Melhor montagem
– Melhor cabelo e maquiagem (vide o tratamento capilar com Palmolive do Immortan Joe)
– Melhor design de produção
– Melhor figurino (realmente, couro e tiras de seda estão bem na moda!)
E aqui acabam as premiações deste que foi o melhor filme de 2015.
Mas e “O Regresso”, filme do diretor Alejandro Iñarritu estrelado por Leonardo DiCaprio (já falo mais dele) e Tom Hardy? Filme que contava com nada menos do que 12 indicações, e que foi engolido por uma onde de elogios e prêmios, parece ter sucumbido à poeira e os motores V-8 de Mad Max.
Em todas as categorias que concorreu, O Regresso parece ter sido o favorito. Mas, por alguma razão, a Academia discordou das dificuldades de se fazer um filme com luz natural, com filmagens exaustivas e que restringiam a repetição de takes no set de filmagem.
O Regresso de Iñarritu, é um filme forte, com cenas fortes, com uma produção forte. Mas que parece não ter sido forte e surpreendente ao ponto de fazer história. Claro que, o filme acabou levando duas das mais “pesadas” premiações:
– Melhor diretor (para Alejandro Iñarritu)
– Melhor ator (para Leonardo DiCaprio)
Premiação essa, que gerou uma onda de memes sobre a vitória do ator, após quatro indicações anteriores que lhe rendiam apenas piadas, e questionamentos sobre os critérios de atuação para se ganhar um Oscar – Vide que, até mesmo o gato Frajola, dos Looney Toones, têm três estatuetas, e ele nem existe!
Confesso que vi o filme, e achei incrível a visceralidade no qual DiCaprio dá vida ao caçador Hugh Glass. São cenas que o ator consegue passar de uma forma genialmente convincente, tudo o que o personagem sente, sofre e busca.
Em si, O Regresso é quase um monólogo, quase mudo. Onde apenas o brilho da atuação, é o foco do holofote.
Mas também acho que muito desse prêmio, se deve a sensibilidade que a Academia viu em premiar o ator, uma vez que sua torcida era grande o suficiente para gerar uma gigantesca onde de mobilização e pressão. É óbvio que isso não quer dizer, que DiCaprio não tenha seu mérito. Tem, e com sobra, e não poderemos esperar nada menor do que nos foi apresentado nesse filme.
Mas ainda sim, acho que o ator deveria ter ganho anteriormente por sua genial atuação em “O Lobo de Wall Street”, papel no qual a eloqüência de DiCaprio mostra o quão bom ele é, e o quão convincente ele se torna a ponto de criar uma linha tênue entre sua atuação, e o real “enrolador” de ações da bolsa.
E claro, não se pode deixar passar as surpresas que foram ver filmes como “Star Wars: O Despertar da Força”, a terceira maior bilheteria da história, ser desbancado por “X-Machina”, em uma categoria que até então, era quase certa sua vitória, que foi em Melhor Efeitos Visuais.
Outra grande aposta, era de que teríamos outro debutante dentre os premiados, que seria Sylvester Stallone como Rocky Balboa em “Creed: Nascido para Lutar”, como Melhor Ator Coadjuvante.
Mas, o prêmio acabou ficando com Mark Rylance, de Ponte dos Espiões, filme dirigido por ninguém menos que Steven Spielberg, e estrelado por Tom Hanks, onde Rylance faz o papel de um espião russo. E quer saber? Por mais que amemos os sermões e as lições do “Garanhão Italiano”, Rylance ganhou merecidamente!
E, mesmo com tantas estatuetas em sua bagagem, o grande “vencedor” da noite, foi Spotlight: Segredos Revelados, que conta como uma equipe de jornalistas investigativos acabou desmembrando uma gigantesca rede de pedofilia envolvendo padres nos EUA.
O filme, além de ter ganho como Melhor roteiro original, ainda faturou a mais cobiçada categoria de todas, Melhor filme. Quando eu assistir, eu digo se valeu mesmo esse prêmio (sob o meu ponto de vista, claro!).
Mas, ao menos na nossa tão querida terra tupiniquim, o destaque mesmo ficou por conta da cobertura feita pela Rede Globo, que trouxe o crítico de cinema Arthur Xexéu, a apresentadora Maria Beltrão, e a atriz Glória Pires.
Xexéu e Beltrão pareciam muito bem entrosados com o que decorria na premiação, e sempre que podiam, tentavam inserir a atriz em alguns pontos, tentando criar um debate opinativo sobre os filmes, as categorias no qual venceram… Mas o negócio da Glória mesmo era a zoeira!
Ou ela não fazia a mínima idéia de onde estava, ou simplesmente não entendeu que aquilo era uma premiação voltada para a sua categoria trabalhista.
Ao ser questionada sobre o prêmio de Melhor animação para Divertida Mente, a atriz limitou-se em dizer: “não assisti”.
“Bacana” e “achei interessante”, foram algumas das “observações pertinentes” feitas por Glória Pires no decorrer da premiação. Se pá, ela é meio “cabeça” pra filmes como Mad Max ou Perdido em Marte.
Mas talvez, o ápice do seu momento “Arnaldo Cézar Coelho”, foi quando questionada sobre seu palpite para melhor filme. “Sou ruim de previsões. Gosto muito de Trumbo “. Porém, Maria Beltrão fez questão de rebater dizendo que o filme não concorria nesta categoria.
E claro que vendo isso, a internet não iria deixar barato. Uma enxurrada de memes sobre a peculiar forma de avaliação da atriz inundou as redes sociais, o que deixou seu nome em destaque nos assuntos mais comentados do Twitter.
Sem dúvida, essa foi uma noite de surpresas, de comoção, de torcida, e sobretudo, de muita gala e muitas gafes.